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Stress e Pressão: Segredos para um Desempenho de Excelência

A ligação entre equipas que operam frequentemente sob condições de extremo stress e alta pressão e a obtenção de resultados notáveis é inegavelmente verdadeira. Recorrendo a abordagens teóricas e metodológicas diversificadas, proponho uma reflexão e análise crítica desta temática, que permita aprofundar o conhecimento neste campo de estudo.

Um dos fatores que, de forma mais frequente são apontados como determinantes para o desempenho de equipas em ambientes de alta pressão e stress é o desenvolvimento de competências específicas.

As equipas que operam nestes contextos, naturalmente adquirem habilidades e conhecimentos que lhes permitem superar os desafios e as adversidades que são apresentados, tais como a capacidade para tomar decisões muito rápidas e assertivas, a habilidade para comunicar de forma eficiente, a aptidão para a gestão do tempo e dos recursos disponíveis, a resiliência e tolerância à frustração e stress, entre muitas outras. Estas competências, quando desenvolvidas, afinadas e evoluídas ao longo do tempo, são uma clara contribuição para o aumento da eficiência e da eficácia das equipas, assim como a capacidade para a obtenção de resultados de excelência.

O papel da liderança é um outro aspeto fundamental para a explicação do desempenho das equipas em contextos de stress e elevada pressão. Os líderes altamente eficazes são capazes de gerir o stress e promover o bem-estar dos membros das suas equipas, através de práticas de suporte e de orientação, que visam a satisfação das necessidades e, também, das expectativas dos seus colaboradores, a motivação e compromisso para com os objetivos e as metas estabelecidas, e a promoção de um ambiente de trabalho coeso e cooperativo.

Certos estilos de liderança como a transformacional, que é caracterizada pela capacidade do líder em inspirar, motivar e desenvolver os liderados, e a liderança servidora, que é focada no bem-estar e no desenvolvimento dos colaboradores como máxima prioridade, podem ser particularmente eficazes nos ambientes de alta pressão e stress, potenciando de forma exponencial a obtenção de resultados de excelência.

A composição das equipas constitui igualmente um fator determinante para o desempenho em contextos de elevada exigência e grande tensão.

As equipas formadas por membros com competências e conhecimentos complementares, assim como traços de personalidade e estilos de gestão do stress adequados, demonstram a tendência à apresentação de uma maior capacidade para a adaptação e para a resolução de problemas, o que pode naturalmente, ser fator determinante para a obtenção de resultados de elevada qualidade.

A cultura organizacional e o ambiente de trabalho são fatores considerados determinantes para o alto desempenho das equipas. As organizações que promovem uma cultura de aprendizagem, inovação e excelência, que proporcionam um ambiente de trabalho estimulante e positivo, favorecem a resiliência das equipas em contextos de elevada exigência.

A obtenção de resultados de excelência em contextos de elevada exigência não deve ser interpretada como garantia absoluta de sucesso, nem como um objetivo a ser perseguido a qualquer custo. As organizações e as suas lideranças devem estar conscientes dos potenciais riscos e de efeitos negativos associados à exposição prolongada ao stress, tais como o esgotamento profissional – burnout, a deterioração da saúde física e mental dos colaboradores e a diminuição do compromisso com o trabalho.

A reflexão deste tema aponta para a necessidade de uma investigação mais rigorosa, que recorra a abordagens teóricas e metodológicas diversificadas, de forma a aprofundar o conhecimento neste campo de estudo. Estudos longitudinais, experimentais, multinível e multimétodo, a utilização de análises de mediação, moderação e de modelos de equações estruturais, são ferramentas com um tremendo valor para a contribuição e para a compreensão dos mecanismos e dos processos que sustentam a excelência dos resultados obtidos por equipas que estão habituadas a operar em ambientes de grande pressão e stress.

A investigação futura deste campo deve procurar o estabelecimento de pontes entre a teoria e a prática, promovendo assim a aplicação de conhecimentos gerados no âmbito académico para o desenvolvimento de políticas e práticas de gestão de equipas em ambientes de grande pressão e stress

Em conclusão, procurei analisar de forma crítica a temática das equipas habituadas a operar em ambientes de alta pressão e stress e a relação existente com a obtenção de resultados de excelência.

 Ao longo da análise, identifiquei diversos fatores que parecem desempenhar um papel fundamental nesta relação, tais como o desenvolvimento de competências específicas, a liderança eficaz, a composição das equipas, a cultura organizacional e o clima de trabalho.

É, no entanto, fundamental salientar que, a investigação da informação que encontrei sobre este campo de estudo ainda apresenta algumas limitações, sendo necessária a recomendação de um maior rigor na condução de estudos futuros.

Portanto, a resposta a esta reflexão deve ser encarada com alguma cautela e discernimento, reconhecendo que a excelência dos resultados nos ambientes de alta pressão e stress é um fenómeno imensamente complexo, que engloba a interação entre diversos fatores individuais, grupais, organizacionais e contextuais. A procura pela excelência deverá ser equilibrada com a preocupação pelo bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores, com a promoção de práticas e políticas de gestão que valorizem a saúde, a segurança e a dignidade das pessoas no trabalho.

Apenas desta forma será possível alcançar um desempenho sustentável e responsável, com a garantia da competitividade e do sucesso das organizações.

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