Todos temos noção de que o sucesso é pintado com as cores vibrantes da riqueza material, do estatuto social e da conquista profissional. No entanto, entendo que o verdadeiro significado deste conceito que é tão procurado, tão desejado, merece uma reflexão profunda por ser frequentemente mal interpretado.
Esta incessante procura pelo "sucesso" que nossa sociedade tanto prega pode, paradoxalmente, desviar-nos do caminho da verdadeira realização e satisfação e por isso este é um fenómeno que naturalmente levanta uma importante questão: Estamos a lutar pela conquista de objetivos que refletem de forma genuína os nossos valores e a nossa essência, ou estamos simplesmente a perseguir uma ilusão criada por expectativas externas?
A ascensão ao que convencionalmente designamos por "topo" é uma viagem repleta de desafios, sacrifícios e, inevitavelmente, de transformações pessoais. Esse caminho rumo ao pico do sucesso é revestido com as as bases da perseverança e da dedicação e claro, é também marcado pelas cicatrizes das renúncias e dos compromissos que tantas vezes nos afastam de quem somos na verdade.
Chegar lá ao cimo e olhar para trás, para o percurso que percorremos, pode mostrar-nos uma paisagem repleta de conquistas, mas também de perdas significativas, especialmente quando dizem respeito à nossa identidade e aos nossos valores pessoais.
Devemos, portanto, refletir acerca do seguinte, vale a pena atingir o apogeu do sucesso quando o preço a pagar é a nossa mais natural autenticidade?
Penso que o que realmente importa no final de tudo não é a quantidade de troféus que adornam as nossas estantes ou o saldo das nossas contas bancárias, mas sim a integridade com que caminhamos pela vida. O verdadeiro sucesso deveria ser medido pela capacidade de nos mantermos fiéis aos nossos princípios e às nossas convicções, mesmo quando as dificuldades da vida tentam desviar-nos do curso.
É realmente um acto de coragem neste mundo que constantemente nos empurra para a conformidade, viver de forma autêntica, honrando a nossa verdadeira natureza.
A autenticidade não é o caminho de menor resistência. Pelo contrário, é a batalha constante contra as pressões para sermos alguém que não somos. E, é precisamente esta autenticidade que confere ao sucesso a sua verdadeira beleza e valor. Nunca será acerca de quantas montanhas conquistamos, mas a forma as como escalamos e como cada passo nos aproximou ou nos afastou da pessoa que realmente somos.
Falo tantas vezes da liderança autêntica que se apresenta como uma luz de esperança e de orientação. Os líderes genuínos não são aqueles que apenas alcançaram posições elevadas ou que ostentam títulos impressionantes, são aqueles que, independentemente da sua posição, são guiados e guiam outros com um profundo sentido de integridade, de compaixão e de humildade. São os líderes que inspiram não pela autoridade, mas pelo exemplo de vida que oferecem, pela capacidade de permanecerem verdadeiros aos seus valores mesmo na face da adversidade.
Portanto, caríssimos leitores, convido-vos a uma viagem de introspecção e de re-descoberta. A questionar não apenas o que estamos a procurar, mas por quê e para quem estamos a lutar.
No final da nossa breve existência, o que verdadeiramente importa não vão ser os aplausos que recebemos ou os bens que acumulamos, mas sim a memória do que representamos para todos aqueles cujas vidas tocamos.
O sucesso mais longo e gratificante é aquele que é partilhado, que cria comunidades e que eleva o espírito humano.
Que a nossa procura pelo sucesso seja, acima de tudo, uma caminhada rumo à autenticidade e ao verdadeiro significado, onde cada passo faça reflexão do nosso avanço na escala do êxito, e uma renovação do nosso compromisso para com a verdadeira essência do que significa sermos humanos.
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