top of page

Reflexão sobre o Conflito Israel-Palestina e as Repercussões Internacionais

✍️

Volto a inserir-me na envolvente temática do conflito Israel-Palestina, aprofundando a reflexão anterior sobre as implicações geopolíticas que surgem deste longo conflito, que traça o seu eco na esfera internacional, com particular foco em Portugal, na Europa, e no mundo em larga escala.

O ano de 2023 assinala-se pela rápida escalada nas tensões e na violência entre estas duas entidades, alimentadas por tumultos políticos, divisões religiosas e disputas territoriais. Os resultados deste conflito estendem-se muito para além das suas fronteiras imediatas, desenhando um quadro geopolítico altamente complexo que desafia a estabilidade da região e a estabilidade global.

O parlamento Português, num gesto inédito, aprovou uma resolução de apoio a Israel, com vista à expansão dos Acordos de Abraão e com isso, promove claramente a cooperação económica e cultural entre Lisboa e Jerusalém, atitude que firma um marco histórico nas relações entre Portugal e Israel. Este forte apoio a Israel é um desvio notável das posições anteriores lusas, refletindo uma reconfiguração das alianças geopolíticas que poderão fortalecer a posição de Portugal no panorama internacional. É uma atitude que, naturalmente, também pode suscitar questões adicionais e pressões por parte de outros estados e de entidades internacionais.

Quanto à  esfera Europeia, o conflito Israel-Palestina desencadeia uma série de reações e de posturas diferenciadas. Muitos dos países europeus condenaram vivamente os ataques do Hamas e expressaram a sua solidariedade para com Israel, sublinhando o direito dos mesmos à auto-defesa, enquanto outros, com um papel menos proeminente, encontram-se impotentes perante a escalada deste conflito. A União Europeia, embora deseje exercer pressão sobre a Autoridade Palestiniana, encontra-se dividida, o que limita a sua capacidade para influenciar o desfecho do conflito. As implicações económicas têm o seu peso, com Israel a solicitar à Europa pressão económica sobre a Palestina.

A nível Global, o conflito entre Israel e o Hamas em 2023 incide a atenção sobre os riscos geopolíticos para os mercados financeiros. A incerteza relativa à possibilidade da atração de outros países  para o conflito, potencia o risco da elevação dos preços do petróleo, o que pode certamente trazer consequências adversas para a economia mundial. Conforme explicitado, a guerra entre Israel e o Hamas tem focado a sua atenção nas crescentes incertezas geopolíticas, especialmente em relação aos mercados financeiros. O Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu “demolir o Hamas”, enquanto preparava operações terrestres em Gaza para a tentativa de erradicação do grupo militante. Esta postura Israelita provocou reações variadas nos mercados globais, com as previsões futuras dos preços de petróleo saltando para quase 6% em ponto, refletindo naturalmente as preocupações dos investidores sobre um possível agravamento do conflito no Médio Oriente. A reação do mercado foi relativamente moderada, embora a moeda de Israel, o shekel, tenha sofrido uma enorme  desvalorização. A possibilidade de um conflito ampliado poderia ser causa de inflação e, como subproduto, o agravamento das taxas de juro por todo o mundo, segundo afirmou Bernard Baumohl, economista-chefe global no The Economic Outlook Group em Princeton, New Jersey. Contudo, nos Estados Unidos, a situação pode muito bem ser diferente, pois os investidores estrangeiros poderiam ver o país como sendo um refúgio seguro durante um conflito global, o que, na verdade, poderia ajudar a baixar as taxas de juro. Na Europa, os economistas consideram que o limiar para outra subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu seria alto, dada a situação atual. Este conflito entre o grupo islâmico Hamas e Israel é apontado como um dos riscos geopolíticos de maior importância para os mercados de petróleo desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no ano anterior. O conflito poderá impactar outros mercados, tal como os energéticos, como visto em desenvolvimentos recentes, onde a Chevron suspendeu as exportações de gás natural através de um importante gasoduto submarino entre Israel e o Egito.

A questão palestina continua a ser um ponto de divisão, com organizações não-governamentais a criarem alertas para a deterioração da situação humanitária na região, especialmente após Israel bombardear uma universidade na Faixa de Gaza e retirar bens essenciais do povo palestinos.

Os players globais mostram reações variadas, com muitos aliados ocidentais de Israel, incluindo os Estados Unidos e vários países europeus, a condenar os ataques do Hamas e a expressar solidariedade para com Israel, enquanto países do mundo muçulmano expressam o seu apoio aos palestinos. A situação evidencia as fraturas geopolíticas profundas e as alianças que guiam a resposta internacional a este conflito, assim como as potenciais implicações para a estabilidade e segurança regional e global.

Alinhando-me novamente com a complexidade do cenário em análise, reforço o facto de que a dinâmica do conflito Israel-Palestina está conectada a uma miríade de interesses e de rivalidades geopolíticas, refletindo e, simultaneamente, moldando o panorama geopolítico da região e do mundo em seu redor. O conflito não só demonstra as disputas históricas, e as atuais na região, mas também projeta duras sombras sobre as relações internacionais, com implicações que se sentem através de continentes e que desafiam as estruturas de poder existentes.

Visits: 15

4 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page