Vivemos tempos que pedem uma nova visão sobre o papel que as empresas têm no mundo. Não basta gerar lucro, isso é o mínimo esperado! O verdadeiro desafio está na forma como as organizações contribuem para o tecido social e ambiental do qual fazem parte. Essa é a real e verdadeira essência da Responsabilidade Social Corporativa (RSC), uma ideia que se apresenta tão poderosa como essencial.
Tenho refletido sobre como as empresas modificam o mundo ao seu redor, consciente ou inconscientemente. Cada decisão, por mais pequena que seja, deixa a sua marca. No entanto, há uma linha ténue entre fazer o bem como estratégia de marketing e, fazê-lo como uma escolha genuína, carregada de um firme propósito. O segundo caminho é mais desafiador, sem dúvida, mas considero, também mais recompensador.
A RSC desafia-nos a olhar para além dos números. Obriga-nos a encarar o impacto das nossas ações. Será que as nossas escolhas respeitam as pessoas que trabalham connosco? Será que os nossos produtos ou serviços têm um impacto positivo na sociedade? E o planeta, será que o tratamos com o respeito e reverência que merece?
Penso nas empresas que ousam assumir um propósito maior. Vejo exemplos como o da Patagonia, que além de vender roupa, educa os seus clientes acerca da necessidade de cuidarmos do meio ambiente. Não são simples ações de caridade, é toda uma filosofia de negócio enraizada na transformação positiva. E pergunto-me: por que não todas as empresas?
Sei bem que a mudança não é fácil.
Muitos negócios ainda estão presos a essa velha ideia de que o sucesso e a responsabilidade social não podem coexistir. Pior, veem-na como um custo, um peso. Eu vejo o oposto. Para mim, a RSC é uma escolha estratégica, sim, mas também um ato de grande coragem. É uma declaração de que existimos para fazer mais do que simplesmente “vender”. Estamos cá para liderar, para inspirar e para deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos.
Ainda assim, há uma verdade que me inquieta. A responsabilidade social começa dentro de portas.
Morre lentamente a organização que não respeita as suas próprias pessoas, que negligencia o bem-estar e o crescimento dos seus colaboradores. A cultura empresarial é refletida para o exterior. É impossível construir uma marca que inspire confiança se, no interior, o ambiente é tóxico ou, indiferente.
E há outro ponto que merece atenção. A RSC não é uma lista de iniciativas isoladas, é uma filosofia que deve permear todas as decisões tomadas nas empresas. Desde o design de um produto até à forma em como tratamos os nossos parceiros e os nossos clientes. É muito mais do que plantar árvores ou organizar eventos de beneficência, é acerca de criar um impacto real, um que perdure no tempo.
Por vezes, pergunto-me: como seria o mundo se todas as empresas adotassem este princípio? Se todas as organizações se comprometessem não só a gerar lucro, mas a cuidar? A cuidar das pessoas, das comunidades, do nosso planeta.
Não seria algo perfeito, porque o mundo nunca será perfeito, mas seria melhor. Muito melhor.
Enquanto penso nisto, necessito regressar ao essencial. A RSC não é uma oportunidade para as empresas se destacarem no mercado, é uma oportunidade para fazerem a coisa certa. E talvez, só talvez, o verdadeiro diferencial competitivo não esteja em conseguir “vender mais”, mas em inspirar mais.
No fim, contas feitas, o que fica? Não são apenas os números nos relatórios anuais, mas o impacto que tivemos na vida das pessoas e no mundo à nossa volta. Quando penso na MindsetSucesso, sei que o nosso compromisso vai para além dos serviços que oferecemos. Queremos verdadeiramente ajudar as empresas a encontrarem o seu propósito, a desafiarem-se a si próprias e a fazerem a diferença.
Hoje, esta é a reflexão que partilho convosco: que tipo de impacto queremos deixar? Que mundo estamos a ajudar a construir?
Talvez a resposta esteja na coragem de ver o sucesso como algo mais humano.
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