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Impacto Positivo. Bondade e Conexão.

Ao longo dos últimos anos, tenho tido a oportunidade de refletir de forma profunda acerca da importância que a bondade e a conexão social têm na minha vida. Através das experiências que partilhei e das que foram partilhadas comigo, cheguei à conclusão de que os pequenos gestos de bondade e os esforços ativos e conscientes para estabelecer conexões sociais com maior importância têm o poder de transformar não apenas a minha vida, mas também as vidas daqueles que me rodeiam.

A partir de uma dessas reflexões, decidi incorporar na minha rotina diária, práticas que me permitissem não só aumentar a minha conexão social, mas também ter participação ativa em atos de bondade aleatórios.

A ciência, com os seus inúmeros estudos e pesquisas, tem-me demonstrado as que as pessoas felizes realizam, tendencialmente, atos bondosos para com os outros e que a felicidade, de facto, pode ser aumentada através da conexão social. Então, inspirado por estas informações e aprendizagens, decidi realizar uma jornada de sete dias, com o objetivo de realizar sete atos de bondade aleatórios e a estabelecer uma nova conexão social diária.

Comecei com pequenos e simples actos de bondade, consciente de que não precisavam ser grandiosos ou de consumir demasiado tempo, mas deveriam ter um impacto real na vida de outra pessoa. Desde ajudar um colega com uma tarefa, doar alguns euros para uma causa em que acreditava, até mesmo o acto de expressar uma palavra gentil a um estranho, cada gesto teve o seu lugar. No fim de cada dia, fiz questão de registar esse ato de bondade realizado num diário, garantindo dessa forma que no fim da semana tinha cumprido o objetivo.

Paralelamente, dediquei-me a fortalecer as minhas conexões sociais pré-existentes. A pesquisa realizada demonstra que as pessoas felizes passam mais tempo com outras pessoas do que sozinhas e também, que possuem um conjunto mais rico de conexões sociais. Com isso em mente, procurei então criar uma nova conexão social todos os dias. Algumas dessas conexões foram breves, como por exemplo o início de uma conversa com alguém numa fila para realizar compras ou perguntar a um colega sobre o seu dia, enquanto outras foram mais significativas, dedicando uma hora inteira para me conectar com um amigo distante ou um membro da família com quem não falava há algum tempo. Esta experiência revelou ser extremamente enriquecedora. Senti uma clara melhoria no meu bem-estar geral e pude observar o impacto positivo que estes gestos tiveram nas pessoas à minha volta.

A bondade e a conexão social, são como ondas que se multiplicam, tocando a vida de muitos, muitas vezes de formas que nem conseguimos sequer imaginar.

A prática da bondade e o cultivo de conexões sociais não estão limitadas apenas à melhoria do nosso bem-estar pessoal, elas têm, também, um papel fundamental na nossa capacidade de liderança, na eficácia das nossas equipas e no sucesso das organizações onde estamos inseridos. No universo empresarial, a liderança empática é um fator diferenciador na construção de equipas coesas e altamente motivadas. Quando os líderes são capazes de adotar comportamentos que façam espelho de uma genuína preocupação e de bondade para com os seus colaboradores, conseguem também estabelecer uma firme base de confiança e de respeito mútuo. Esta metodologia humanizada à liderança, promove um ambiente de trabalho no qual os membros da equipa se sentem valorizados e compreendidos, levando a um significante aumento na produtividade, na criatividade e na inovação. Então, conseguimos verificar que os atos de bondade no âmbito profissional enriquecem as relações interpessoais e ajudam a impulsionar o desempenho organizacional.

Este entendimento leva-me a considerar a importância de desenvolver habilidades sociais e emocionais da mesma forma como valorizamos as competências técnicas. A decisão de encorajar e de treinar os colaboradores para a prática da empatia, da comunicação eficaz e da escuta ativa, ajuda a melhorar as relações interpessoais e fornece as ferramentas necessárias para que as equipas consigam enfrentar desafios cada vez mais complexos de forma colaborativa.

Não posso deixar de falar acerca da gratidão, que incluída nesta temática, serve como um complemento poderoso à bondade e à conexão social. Cultivar o importante sentimento de gratidão pelas pessoas com quem interagimos e pelas experiências que partilhamos, amplifica exponencialmente os efeitos positivos destas práticas na nossa vida e no ambiente de trabalho. A gratidão ajuda-nos a valorizar as nossas conexões e incentiva-nos a não dar por garantidas as contribuições dos outros. Assim, ao incorporarmos a bondade, a conexão social e a gratidão na nossa vida, nas nossas rotinas, estamos a enriquecer as nossas vidas pessoais e a influenciar de forma positiva as nossas carreiras e as organizações das quais fazemos parte. Estas práticas, sendo genuínas e consistentes, transformam ambientes, criam culturas de trabalho positivas e impulsionam o sucesso organizacional.

Finalizando esta reflexão, gostaria de aproveitar e partilhar alguns conselhos baseados na minha experiência pessoal.

Em primeiro lugar, gostaria de deixar um convite para que também vocês realizem atos de bondade aleatórios. Não precisam ser grandiosos. Até o gesto mais simples pode ter um impacto profundo.

Em segundo lugar, façam um esforço consciente para estabelecer e nutrir verdadeiras conexões sociais. Seja através de uma breve conversa com um estranho ou aproveitar uma curta hora de conversa com um ente querido, todos os momentos contam.

E, por fim, tentem manter um registo destes atos de bondade e de conexões sociais.

Este exercício vai servir como uma bonita lembrança de bons momentos e como uma fonte de inspiração para continuarem a espalhar a bondade e a construir conexões importantes.

Através destes pequenos passos, juntos, vamos certamente contribuir para um mundo mais feliz e conectado!

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Referências:

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Vidal, D. G., Fernandes, C. O., Viterbo, L. M. F., Vilaça, H., Barros, N., & Maia, R. L. (2021). Combining an evaluation grid application to assess ecosystem services of urban green spaces and a socioeconomic spatial analysis. International Journal of Sustainable Development & World Ecology, 28(4), 291-302

Kessler, R. C., Aguilar-Gaxiola, S., Alonso, J., Benjet, C., Bromet, E. J., Cardoso, G., … & Florescu, S. (2017). Trauma and PTSD in the WHO World Mental Health Surveys. European Journal of Psychotraumatology, 8(sup5), 1353383

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