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Gestão de Tempo

Encontro-me imerso em reflexões e análises, confrontado com a missão mais desafiante da minha vida adulta – um malabarismo constante e preciso, muito atento ao detalhe, uma dança coreografada ao ritmo inescapável do relógio. Sou eu, um adulto de 40 anos, pai de uma criança de cinco anos, casado, estudante e profissional em simultâneo, que se propõe a examinar a complexidade da gestão do tempo e das suas intricadas conexões com o sucesso pessoal e profissional.

O primeiro desafio que enfrento é naturalmente a gestão do tempo, que se revela como um recurso limitado.

Sei que não posso produzir mais tempo, nem posso guardá-lo para usar numa ocasião mais oportuna. Com a noção desta dura realidade, a primeira coisa que entendo é que gerir o tempo não é simplesmente conseguir ter o controlo sobre o tempo em si, mas sobre a administração eficiente das minhas próprias energias e do foco das minhas atenções.

A principal estratégia que adoto é a clara definição de prioridades. É indispensável saber distinguir o que é verdadeiramente importante, o que é urgente e o que é dispensável.

A minha família – a minha esposa e filha – constituem prioridade máxima. Seguem-se o trabalho e os estudos, por essa ordem, pois representam as bases que sustentam a estabilidade e o bem-estar da minha família. Por fim, embora não menos importantes, situam-se os hobbies, que cumprem uma função essencial para o meu equilíbrio mental e emocional.

Para alcançar a excelência académica, reconheço ser necessário um compromisso firme e uma dedicação inabalável. Planifico o meu tempo de estudo, estabeleço metas claras e foco-me na qualidade do tempo que disponho para o estudo, e não tanto na quantidade. Levo a cabo os meus estudos de forma estratégica, tirando proveito dos (poucos) tempos livres. No entanto, devo confessar que esta abordagem implica alguns sacrifícios, tanto em termos de sono como de lazer.

Enquanto profissional, o desafio reside em ser capaz de “vestir a camisola” e demonstrar rigor e objetividade necessários, sem permitir que as demais esferas da minha vida sejam prejudicadas. Acredito que, para o conseguir, devo ser eficiente, procurando sempre formas de melhorar os meus métodos de trabalho e de aumentar a minha produtividade. Devo também ser assertivo e saber dizer “não” quando necessário, algo que, confesso, nem sempre é fácil.

No âmbito familiar, o desafio é conseguir dispor de tempo de qualidade. Aqui, a chave está em fazer cada momento contar, em estar verdadeiramente presente quando estou com a minha esposa e com a minha filha. Aprendi que a quantidade de tempo que passamos juntos não se compara à qualidade desses momentos. E que a qualidade reside, muitas vezes, na simplicidade – em partilhar uma refeição, fazer companhia à minha filha para adormecer, ou simplesmente desfrutar de uma conversa tranquila com a minha esposa. Destes momentos, pequenos mas intensos, nascem as memórias mais duradouras e significativas que guardo em mim.

Os hobbies, as atividades que escolho para o meu tempo livre, desempenham um papel fundamental para a minha saúde mental. Não são apenas uma forma de relaxar e escapar às pressões quotidianas, mas também uma oportunidade para estimular a criatividade, cultivar novas habilidades e fortalecer a autoestima. De igual forma, proporcionam-me momentos de introspecção. Embora os hobbies possam parecer supérfluos quando comparados com responsabilidades como a família, o trabalho e os estudos, o que aprendi é que são, na realidade, essenciais para manter o equilíbrio e a perspetiva que me permitem ser eficaz em todas as áreas da minha vida.

A gestão eficaz do tempo é, em última análise, uma questão de escolhas.

Cada minuto do dia é uma oportunidade para escolher o que é mais importante para mim. E, tal como acontece com todas as escolhas, implica inevitavelmente algum nível de sacrifício. O desafio está em encontrar o equilíbrio adequado e saber adaptar-me às circunstâncias inerentes à constante mudança.

Para mim, é fundamental realizar que a perfeição é uma miragem.

O sucesso, tanto a nível pessoal como profissional, não é alcançado pela perfeição, mas pela persistência, resiliência e a capacidade de aprender e crescer a partir de cada experiência.

Conhecer as minhas forças e limitações, aceitá-las e trabalhar com elas ao invés de lutar contra elas. Dar-me permissão para ser humano, para cometer erros, para descansar quando necessário. Tratar-me com a mesma bondade e compreensão que trataria um amigo próximo. Essa, para mim, é a verdadeira perfeição.

Assim, finalizo esta reflexão com a compreensão de que a gestão do tempo é um desafio constante e é também uma enorme oportunidade.

Uma oportunidade para crescer, aprender e evoluir. E, no fim de contas, para viver uma vida autêntica, com significado e que seja enriquecedora. E embora possam haver momentos de stress e sobrecarga, a satisfação de saber que estou a fazer o melhor que consigo, nas circunstâncias em que me encontro, é uma recompensa com um valor inestimável.

É este conhecimento, esta certeza, que me dá a força e a motivação para continuar a caminhar, com esperança e determinação, nesta fascinante jornada que é a vida.

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