Neste quarto capítulo de uma série de cinco, abordo uma temática que tem esculpido as narrativas sobre o espaço corporativo e o desenvolvimento profissional, o empoderamento feminino no local de trabalho.
Este é um fenómeno que não está circunscrito à ascensão das mulheres a posições de liderança e que exige uma revisão profunda das estruturas culturais e organizacionais que estruturam o quotidiano empresarial.
Historicamente, as discussões sobre a liderança feminina gravitavam em torno da capacidade das mulheres para conseguirem alcançar e sustentar cargos de topo, uma visão que, embora relevante, apenas arranha a superfície do que verdadeiramente implica uma radical transformação no ethos organizacional. Assim sendo, com este texto, argumento que a verdadeira transformação não se alicerça apenas na redistribuição de cargos de poder, mas na recalibração das normas culturais que governam as nossas instituições.
Neste ensaio, vou tentar não sintetizar as análises e as reflexões acumuladas nos artigos anteriores mas procurar catalisar uma reflexão mais profunda sobre como as dinâmicas de género influenciam e são influenciadas pelas práticas empresariais pois, ao promover uma cultura de inclusão e de respeito pela diversidade, as organizações podem verdadeiramente enriquecer o seu ambiente de trabalho e potenciar a inovação e a competitividade no mercado global.
Uma Perspectiva da Visão de Empoderamento
O empoderamento não deve ser visto de forma redutora, como simplesmente a ascensão de mulheres a posições de liderança, deve ser visto de uma forma mais profunda. Para isso é necessária uma mudança substancial na cultura organizacional que promova a inclusão feminina em todos os estratos da empresa. A verdadeira mudança ocorre quando as contribuições das mulheres são valorizadas igualmente, desde os níveis iniciais até os cargos de alta liderança, e também, quando as políticas e as práticas das empresas refletem um forte compromisso para com a igualdade de género.
A inclusão de vozes femininas em todos os níveis garante uma variedade de perspetivas mais rica, o que por sua vez, fortalece a capacidade das organizações para enfrentarem desafios complexos e serem capazes de alcançar objetivos sustentáveis.
Existe, portanto, a enorme importância em estabelecer uma infraestrutura que apoie o crescimento contínuo e a valorização das mulheres, desde o momento da contratação até ao seu desenvolvimento como líderes capazes e altamente eficientes. Este aspecto requer a implementação de políticas de igualdade de género e a criação de um ambiente onde as mulheres possam crescer sem barreiras, sejam elas visíveis ou subtis. Através de uma abordagem com verdadeiro interesse e real compromisso, podemos garantir que o empoderamento feminino se torne uma realidade palpável em todos os níveis da estrutura organizacional.
Cultura Organizacional Inclusiva
Para a existência de um verdadeiro empoderamento feminino nas organizações, é imperativo incentivar uma cultura que aceite e celebre a diversidade e a inclusão de forma ativa.
A implementação de uma cultura organizacional inclusiva envolve a adoção de políticas claras e a execução de práticas que promovam a equidade de género e o respeito mútuo. Esta implementação não se restringe apenas à introdução de políticas de não-discriminação, mas também à integração de programas de desenvolvimento profissional, mentoria, e de iniciativas que reconheçam e celebrem as realizações femininas dentro das empresas. Essencialmente, para que as mulheres se sintam verdadeiramente apoiadas e valorizadas, é fundamental que a cultura organizacional promova um ambiente onde a diversidade de pensamento e experiência seja aceite e desejada. Para isto, deve ser feita uma reestruturação das dinâmicas de trabalho para serem mais inclusivas, como por exemplo, ajustar os horários para acomodar melhor o equilíbrio entre vida profissional e pessoal e oferecer suporte através de políticas de licença de maternidade e paternidade mais flexíveis e abrangentes.É também fundamental garantir que todos os funcionários, independentemente do seu género, recebam igual acesso a oportunidades de avanço e de liderança. A liderança das organizações deve, portanto, assumir um papel ativo no apoio e na promoção destas mudanças, estabelecendo um exemplo através do seu próprio compromisso com a gestão inclusiva e com a igualdade de género.
Mentoria e Rede de Suporte
Os programas de mentoria e as redes de suporte são recursos com valor inestimável para o desenvolvimento profissional das mulheres, sendo essenciais para a superação de barreiras que tradicionalmente impedem a sua progressão na carreira.
A importância da mentoria reside na sua capacidade para proporcionar orientação, apoio e conhecimento, que são fundamentais para o desenvolvimento de competências e para a resolução de desafios organizacionais e setoriais. Os programas bem estruturados de mentoria fazem a ligação das mulheres com mentores experientes que podem oferecer conhecimentos práticos, conselhos estratégicos e abrir portas para novas oportunidades. Programas deste género devem ser desenhados para serem inclusivos e adaptáveis às necessidades específicas das suas participantes, garantindo que a orientação oferecida seja na mesma medida, relevante e impactante.
As redes de suporte funcionam como um sistema vital de recursos e de conexões que podem impulsionar de forma significativa a carreira das mulheres. Estas redes proporcionam um espaço seguro para a discussão, a troca de ideias, e para o suporte mútuo, que são aspetos fundamentais para o fortalecimento da confiança e para o estabelecimento de uma presença forte e assertiva no ambiente de trabalho. A participação nestas redes pode facilitar o acesso a oportunidades dentro da hierarquia organizacional tradicional e promover um elevado sentido de pertença.
Para maximizar a eficácia destes programas, é essencial que as organizações invistam na criação e na manutenção de plataformas que facilitem a interação e o crescimento contínuo. Para isto é necessário o desenvolvimento de sistemas de apoio que integrem a tecnologia para facilitar a conexão e a colaboração, workshops de desenvolvimento profissional e eventos de networking que incentivem a participação ativa e o envolvimento ativo de mulheres em todos os níveis da empresa.
Estas estratégias são fundamentais para garantir que as mulheres alem de alcançar, excedam as suas metas profissionais e liderem com superior eficácia e grande confiança.
Equilíbrio entre a Vida Profissional e Pessoal
A flexibilidade no trabalho pode assumir várias formas, incluindo horários flexíveis, trabalho remoto, jornadas reduzidas e a possibilidade de trabalho por turnos, entre outras. Estas opções permitem que os colaboradores ajustem os seus horários de trabalho às suas necessidades de vida, reduzindo o stress e aumentando a satisfação no trabalho. A flexibilidade pode também ajudar a atrair e a reter talentos, especialmente aqueles que valorizam a autonomia e o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal. É igualmente fundamental instaurar políticas que suportem as necessidades de pais e cuidadores, como por exemplo as licenças parentais ampliadas e o suporte para cuidados infantis. Estas, são políticas que reduzem as disparidades de género no local de trabalho e que promovem uma cultura organizacional que valoriza e respeita as várias facetas da vida dos seus empregados.
Estas políticas devem ser implementadas de uma forma que alinhe os objetivos individuais com os das organizações. Isto pode ser conseguido através de uma comunicação clara das políticas, da criação de uma cultura que genuinamente apoie a utilização dessas flexibilidades sem penalizações, e ao dar a devida importância a sistemas de apoio que façam garantia da continuidade e da qualidade do trabalho.
Desafios e Oportunidades na Vanguarda da Tecnologia
Nos campos da tecnologia e nas áreas STEM, onde a inovação é uma constante, os desafios que as mulheres enfrentam são diversos e persistentes. No entanto, as soluções para superar estas barreiras podem ser igualmente dinâmicas e transformadoras, envolvendo abordagens que revolucionam tanto a educação como as práticas organizacionais.
Um dos maiores desafios é a sub-representação das mulheres em posições técnicas e de liderança, uma disparidade que se inicia frequentemente na educação. Antigos e enraizados preconceitos e estereótipos desencorajam as jovens de explorar os seus interesses nas áreas científicas e tecnológicas. Para combater isso, a utilização da realidade virtual (VR) e a gamificação pode transformar a forma como as jovens interagem com estas disciplinas. Por exemplo, as simulações de laboratório virtual ou engenharia em ambientes de VR tornam a aprendizagem mais acessível e envolvente, incentivando a participação feminina desde cedo. Adicionalmente, muitas organizações em tecnologia e STEM mantêm uma cultura que favorece comportamentos e estilos de comunicação tradicionalmente masculinos. De forma a dar resposta, o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial para analisar padrões de comunicação e decisões de promoção, pode ser uma ferramenta importante. Estes sistemas podem fornecer feedback em tempo real para os gestores, ajudando a identificar e a corrigir viés de género nas práticas de contratação e de gestão, promovendo assim ativamente, um ambiente mais equitativo.
Outra iniciativa inovadora é a implementação de programas de patrocínio executivo focados em mulheres. Líderes seniores, tanto homens como mulheres, podem comprometer-se ativamente com o desenvolvimento da carreira das profissionais em STEM, oferecendo orientação e advogando ativamente pelas suas patrocinadas para oportunidades de alto nível e visibilidade. Para além disso, a criação de plataformas de networking enriquecidas pela tecnologia pode ligar as mulheres nas áreas STEM globalmente. Estas plataformas facilitam o acesso à mentoria, a recursos e a oportunidades de networking que podem ser limitados localmente, incluindo funcionalidades de matching para projetos colaborativos e para iniciativas de co-desenvolvimento profissional.
A promoção de eventos e fóruns focados na inclusão em tecnologia e STEM é também essencial. Estes eventos podem servir como catalisadores para a mudança, destacando as contribuições das mulheres e encorajando a uma reflexão mais profunda sobre práticas inclusivas.
Estas abordagens inovadoras servem para nivelar o campo de jogo para as mulheres nas áreas STEM e enriquecem o potencial inovador e competitivo das organizações ao nível global.
Histórias de Sucesso de Modelos Femininos
Através das histórias inspiradoras de mulheres que romperam barreiras em diversos setores, podemos ilustrar vividamente o impacto transformador do empoderamento feminino na sociedade e no mundo. Estas narrativas celebram os sucessos alcançados e revelam as estratégias que estas líderes utilizaram para superar os obstáculos nas suas jornadas. Estas notáveis mulheres, vindas de campos tão variados como a tecnologia, a medicina, o direito, e as artes, servem como metas de possibilidade e de inovação.
Aqui estão alguns exemplos:
Engenharia Sustentável no Setor da Energia
Ana Gorgyan, Diretora de Engenharia na Independent Power Corporation PLC, é um exemplo de liderança feminina no setor da energia. Apesar das disparidades de género e estereótipos, Ana destacou-se na sua área, gerindo locais de geração de energia e atribuindo superior prioridade à saúde e à segurança e implementando regras rigorosas para proteção dos trabalhadores.
Inovação na Tecnologia Educacional
A iniciativa eTrade for Women da UNCTAD está a criar redes regionais para ajudar empreendedoras digitais a aceder aos recursos necessários para o sucesso e a contribuir para o desenvolvimento sustentável. Mais de 100 empreendedoras em mais de 20 países em desenvolvimento juntaram-se às comunidades eTrade for Women, que foram lançadas no sudeste da Ásia e na África oriental e ocidental.
Avanços na Medicina para Comunidades Carentes
O Instituto de Medicina Funcional destaca a importância das consultas médicas em grupo dentro das comunidades carentes para aumentar o acesso a recursos de saúde e a cuidados de medicina funcional. A Dra. Kara Parker, médica de família certificada, discute os benefícios de oferecer visitas de saúde em grupo para melhorar o acesso ao cuidado necessário para esses pacientes.
Exemplos atuais de mulheres portuguesas que se destacaram nas suas respetivas áreas:
Ana Sofia Martins é uma apresentadora e atriz que, apesar das dificuldades, conseguiu atingir sucesso profissional e é vista como uma inspiração para muitas mulheres em Portugal.
Capicua, uma rapper, é outro exemplo de notável sucesso, mostrando que é possível alcançar o reconhecimento em campos dominados por homens.
Sofia Lacerda, uma viajante e developer, destaca-se pela sua capacidade de inovar e de se adaptar, utilizando as novas tecnologias para avançar na sua carreira.
Inês Simas, uma chef de cozinha e health coach, é um exemplo em como as mulheres podem liderar e inovar no setor culinário.
Estas mulheres representam apenas uma pequena amostra do talento e da capacidade de liderança feminina em Portugal, inspirando outras a seguir os seus passos e a alcançar os seus próprios objetivos profissionais.
Exemplos de mulheres portuguesas notáveis que se destacaram em diversas áreas:
Brites de Almeida, também conhecida como a Padeira de Aljubarrota, é uma figura lendária na história de Portugal, conhecida pela sua bravura na Batalha de Aljubarrota.
Carolina Beatriz Ângelo foi uma médica e sufragista pioneira, sendo a primeira mulher a votar em Portugal em 1911.
Maria Helena Vieira da Silva foi uma artista plástica de renome internacional, conhecida pelas suas obras abstratas e pela sua contribuição significativa para a arte moderna.
Florbela Espanca é uma das poetisas mais marcantes da literatura portuguesa, conhecida pela sua poesia intensa e emotiva.
Sophia de Mello Breyner Andresen é uma das mais importantes escritoras portuguesas do século XX, celebrada pela sua poesia lírica e contos para crianças.
Rosa Mota é uma das maiores atletas portuguesas, campeã olímpica e europeia de maratona.
Amália Rodrigues, a Rainha do Fado, foi uma das mais importantes fadistas de Portugal e uma das responsáveis pela popularização do fado no mundo.
Beatriz Costa foi uma atriz e escritora portuguesa, conhecida pelo seu talento e carisma no teatro e no cinema.
Estas mulheres são exemplos de sucesso e fontes de enorme inspiração, mostrando que é possível alcançar o reconhecimento e deixar uma marca significativa na história e na cultura portuguesas.
Políticas e Práticas para a Promoção da Igualdade de Género
A promoção da igualdade de género no ambiente corporativo exige uma análise detalhada e para isso é essencial que as empresas reexaminem e ajustem as suas políticas e práticas regularmente para serem capazes de alterar as estruturas de poder existentes e para promoverem um ambiente onde o empoderamento feminino não seja apenas possível, mas uma constante realidade, vigorosamente apoiada.
Uma das práticas mais eficazes, para este efeito, é a introdução de quotas para a representação feminina em todos os níveis da hierarquia corporativa, garantindo assim que as mulheres façam parte de equipas e que também ocupem posições de tomada de decisão. Para além disso, as organizações podem beneficiar com a criação de programas de mentoria e patrocínio direcionados, que façam a ligação de mulheres com líderes experientes, especialmente mulheres líderes, dentro e fora das empresas para apoio, orientação e para oportunidades de avanço.
Outra práticas inclui a implementação de sistemas de feedback e de avaliação de desempenho baseados em dados, que utilizem métricas objetivas para eliminar quaisquer viés de género, através de softwares avançados que monitorizem e analisem a performance sem considerar fatores como o género, focando-se estritamente em resultados e nas competências.
Adicionalmente, é vital adotar políticas de transparência salarial, garantindo que todos os colaboradores tenham acesso a informações sobre como os salários são estruturados e ajustados. Esta prática promove claramente a justiça e a equidade e motiva todos os colaboradores ao demonstrar que a organização dedica-se ativamente a remunerar de forma justa, baseando-se em méritos e não em preconceitos.
Outra estratégia inovadora é a criação de incubadoras de liderança feminina dentro das empresas. Estes programas, com espaços dedicados a nutrir e a desenvolver futuras líderes femininas, podem oferecer cursos específicos, workshops de desenvolvimento de habilidades e sessões de coaching com líderes femininas estabelecidas. Estas incubadoras poderiam também servir como laboratórios para novas políticas de gestão e liderança, permitindo que as participantes aplicassem as suas aprendizagens em projetos reais dentro das empresas.
Para além disso, as organizações devem considerar a implementação de conselhos de diversidade e de inclusão com poder real de decisão. Estes conselhos seriam responsáveis por rever de forma regular todas as políticas da empresa sob a ótica da diversidade e da inclusão, garantindo que todas as iniciativas e processos promovam de forma efetiva a igualdade de género. A inclusão de vozes diversas nesses conselhos seria a garantia de que diferentes perspectivas fossem consideradas na tomada de decisões.
Por fim, e para realmente solidificar a igualdade de género como um valor central na cultura corporativa, as organizações poderiam estabelecer parcerias com universidades e centros de investigação para permanecer na vanguarda das melhores práticas e das mais recentes investigações sobre a diversidade no local de trabalho. Estas importantes parcerias poderiam ajudar a criar um fluxo constante de informações e inovações que poderiam ser diretamente aplicadas nas políticas internas das empresas.
Construção de um Futuro de Igualdade
À medida que estou prestes a concluir esta série de reflexões sobre o empoderamento feminino no local de trabalho, torna-se imperativo destacar a necessidade contínua de promover uma mudança profunda nas culturas organizacionais. É fundamental que estas mudanças não sejam meramente simbólicas ou temporárias, mas que se traduzam em práticas sustentadas que permeiem todos os níveis da estrutura organizacional.
O objetivo final deste artigo é incentivar uma mudança na forma em como as empresas percebem e integram o empoderamento feminino, destacando que o verdadeiro progresso exige uma abordagem que valorize sinceramente as contribuições de todas as mulheres, em todas as áreas e posições.
A igualdade de género no local de trabalho não deve ser vista como um fim a alcançar através de medidas isoladas, mas como um processo contínuo, dinâmico, com os valores de compromisso, inovação e, acima de tudo, com uma vontade coletiva de reconhecer e de promover a diversidade como uma das fundamentais bases para o sucesso e para a sustentabilidade empresarial.
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