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Celebrar a Força e a Resiliência Feminina no Ambiente de Trabalho

Hoje, no Dia Internacional da Mulher, é importante refletirmos acerca das conquistas e dos desafios persistentes que as mulheres enfrentam, particularmente no ambiente de trabalho. Em todo o mundo, as mulheres ganham, em média, 20% a menos que os homens pelo mesmo trabalho, o que é uma clara indicação da desigualdade salarial que ainda prevalece globalmente.

O cenário não é mais animador quando olhamos para a participação das mulheres no mercado de trabalho. Em 2017, a taxa de participação global para as mulheres era de quase 27 pontos percentuais inferior à dos homens. No Brasil, a diferença era de 22,1 pontos percentuais. Isto evidencia uma lacuna de género na empregabilidade e claro, nos papéis sociais e familiares que influenciam a disponibilidade das mulheres para participar no mercado de trabalho.

Apesar desses obstáculos, as mulheres demonstram repetidamente capacidades excepcionais nas áreas de empatia, liderança e colaboração, que são qualidades indispensáveis no ambiente empresarial moderno. As mulheres líderes promovem ativamente ambientes de trabalho mais inclusivos e empáticos, conduzindo a melhores desempenhos das suas equipas e a uma maior satisfação no trabalho.

É imperativo, então, trabalharmos ativamente para eliminar as barreiras estruturais que mantêm as mulheres fora do mercado de trabalho ou em posições inferiores, e também a valorizar e cultivar as qualidades únicas que elas trazem para o ambiente de trabalho. Promover a igualdade de género no trabalho é uma questão de justiça social e, é uma estratégia inteligente para impulsionar a inovação, a produtividade e o crescimento económico.

Além da luta pela igualdade salarial e de uma maior participação no mercado de trabalho, outro aspeto fundamental deve ser a necessidade de reconhecer e superar os preconceitos inconscientes que muitas vezes permeiam o ambiente corporativo. Esses preconceitos influenciam de forma negativa a percepção das competências e do potencial das mulheres, restringindo seu crescimento profissional e o acesso a oportunidades de liderança. É fundamental que as empresas promovam programas de formação para sensibilizar e combater o preconceito consciente ou não, criando assim um ambiente de trabalho mais inclusivo. Devemos dar atenção a outro ponto importante, que é a importância de se instalarem políticas corporativas que apoiem o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Isto é essencial para as mulheres, que enfrentam frequentemente expectativas desproporcionais relativamente às responsabilidades domésticas. As empresas que oferecem flexibilidade, como por exemplo, horários de trabalho ajustáveis, trabalho remoto e licenças maternidade e paternidade ampliadas, estão a apoiar o bem-estar das suas funcionárias e a beneficiar de uma força de trabalho motivada e mais comprometida. Adicionalmente, o empoderamento das mulheres no local de trabalho deve também passar pela criação de redes de apoio e mentoria. Iniciativas que promovam a mentoria de mulheres por parte de líderes experientes e o desenvolvimento de redes de apoio femininas dentro das empresas podem ser incrivelmente valiosas. Programas destes, podem ajudar as mulheres a desenvolver as suas habilidades, a ganhar confiança e a conseguirem avançar nas suas carreiras.

Por fim, é importante destacar a necessidade da existência de uma representação feminina diversificada a todos os níveis das organizações. A diversidade de género nas equipas de liderança melhora claramente a tomada de decisões e a inovação e também serve como um modelo inspirador para as futuras gerações de mulheres.

 

 

Neste Dia Internacional da Mulher, vamos realizar o compromisso de reconhecer, celebrar e amplificar as vozes e as contribuições das mulheres em todas as esferas da vida.

A luta pela igualdade de género é uma luta por um mundo verdadeiramente justo, equitativo e próspero para todos nós.

Vamos juntos criar um futuro no qual cada mulher consiga alcançar o seu pleno potencial, livre de preconceitos e de limitações.

 


 

Referências:

  • Jacinto, G. I. S., Galvane, F. A. da S., & Mariano, P. (2016). Trabalho feminino, desigualdades de gênero e formas de subjetivação no setor de serviços no Brasil. Revista Epos, 7(2).

  • Goes, F. (2021). A mulher e o mercado de trabalho: permanência e perspectivas. Juslaboris.

  • Salvaro, G. I. J., Galvane, F. A. da S., & Mariano, P. (2016). Relações de gêneros e liderança nas organizações: rumo a um estilo andrógino de gestão. Gestão Contemporânea, 10(14), 35-60.

  • Feixeira, C. M. (2020). Condicionantes do Equilíbrio entre a Vida Profissional e Pessoal e da Satisfação Profissional. ISG - Instituto Superior de Gestão.

  • Perdigão, J. P. G. (2019). Equilíbrio entre a Vida Profissional e a Vida Pessoal. Instituto Universitário da Maia.

  • Universidade de Lisboa. (s.d.). Liderança no feminino: um estudo sobre as competências e os estilos de liderança das mulheres no topo das organizações.

  • Echeverria, G. B., Campana, G. C., & Monteiro, L. V. B. (2015). Preconceito e desigualdades sociais: A mulher negra no mercado de trabalho brasileiro. Centro Universitário Tirandentes.

  • Movimento Mulher 360. (2023). Relatório Women in the Workplace 2023: desmistificando realidades e desafios profissionais das mulheres.

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